O tempo perdido

Revista Espírita, novembro de 1860

(Médium, senhorita Huet).

        Se pudésseis refletir por um instante sobre a perda do tempo, mas nisso refletir bem seriamente, e calcular o erro imenso que fizestes, veríeis o quanto essa hora, esse minuto decorrido inutilmente, e que não podeis recuperar, poderia ser necessário ao vosso bem futuro. Todos os tesouros da Terra não poderiam restituí-la; e se a passastes mal, um dia sereis obrigado a repará-la pela expiação, e talvez de uma maneira terrível! que não daríeis então para recuperar o tempo perdido! Votos inúteis; lamentos supérfluos! Também, pensai bem nisso, está no vosso interesse futuro e mesmo presente; porque, frequentemente, os lamentos nos chegam sobre a própria Terra. Quando Deus vos pedir conta da existência que vos deu, da missão que tínheis a cumprir, que lhe respondereis? Sereis como o enviado de um soberano, que, longe de cumprir as ordens de seu senhor, passasse o tempo a se divertir e não se ocupasse de nenhum modo do assunto para o qual fora acreditado; que responsabilidade não encontraria em seu retorno? Sois nesse mundo os enviados de Deus, e tereis de dar-lhe conta de vosso tempo passado com os vossos irmãos. Eu vos recomendo esta meditação.

 

Massilon.

Allan Kardec  -  Revista Espírita de novembro de 1860

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